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domingo, 26 de junho de 2016

Introdução a Dinâmica

           Há apenas duas maneiras de se reproduzir movimento: por compensação ou por transferência. Tudo o que se move pode se encaixar numa ou noutra categoria.
     

            As coisas que se movem por compensação necessitam de algo que possa ser empurrado ou puxado por elas para produzir seus movimentos. É o que acontece quando nadamos. Ao dar uma braçada, empurrando a água para trás, fazendo com que nosso corpo seja projetado para frente. Um pássaro faz o mesmo com o ar ao bater as suas assas: elas empurram o ar para baixo e pra trás, o permite sustentar o seu vou a diante.

       

             Quando caminhamos sobre a uma superfície, o mesmo processo de compensação acontece, apesar de não ser tão visível quanto a natação e o voo. Dar um passo para frente significa empurrar o chão para trás com o pé, o que faz nosso corpo, devidamente equilibrado, ser projetado para frente.


     


                Não há como um objeto produzir movimento sozinho. O movimento de um objeto sempre depende de algum outro. Isso fica mais evidente nos movimentos por transferência, em que os objetos só se movem se algum outro lhes transferir parte de seu movimento, como as garrafas de um jogo de boliche ao serem atingidas pela bola. Um barco a velas não possui motor, mas se move porque o vento, ao bater de forma direcionada em suas lonas, lhe transfere movimento.

    Tudo aquilo que parece ter a capacidade de se mover sozinho, na verdade, não pode fazê-lo sem que haja o chão, o ar, a água ou qualquer outro objeto para ser empurrado para trás. Podemos constatar a transferência de movimentos em diversas situações de nosso cotidiano, de um inocente jogo de sinuca, passando pelas manobras radicais dos surfistas, aos potentes bate-estacas que firmam os aliceces de enormes estruturas.

      Tudo o que foi dito sobre os movimentos de deslocamentos vale para as rotações, elas igualmente só ocorrem por compensação ou por transferência.
    Se você fizer um liquidificador funcionar sobre uma mesa cheia de óleo, você ira perceber que sua carcaça começará a se mover em sentido oposto ao das hélices. Trata-se se uma forma de compensação dos giros. O mesmo ocorre com uma furadeira.

      Você terá de segurar sua carcaça firmemente com as mãos para que ela não gire em sentido oposto ao da broca. As antigas enceradeiras pregavam peças nas donas de casa quando eram ligadas na tomada com seus interruptores também já ligados. O giro da escova tinha um sentido, enquanto a carcaça girava no sentido oposto.

        Os giros também se transferem, e os profissionais de mecânica conhecem bem isso. Na maior parte das máquinas, ocorre uma transmissão contínua da rotação para outras peças por meio de engrenagens, polias e correias. O motor de um carro, por exemplo, funciona continuamente, necessitando de um mecanismo que possibilite “desconectar” as rodas do movimento do motor quando esse troca de macha. Trata-se de sistema de embreagem, que consiste basicamente de discos; um deles ligados ao motor em movimento e outro ligado ao eixo que transmite o movimento às rodas. Quando esses discos estão unidos, o movimento do motor é transferido para o eixo.

    Quando pisamos no pedal da embreagem, esses discos são separados instantemente, interrompendo a transmissão do movimento enquanto mudamos de macha. Ao soltar o pedal, depois de selecionada uma marcha, os discos voltam a se unir e a transmissão do movimento a ocorrer.




   

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